Conheça todas as regras dessa modalide de crédito
O empréstimo consignado é uma das linhas de crédito mais conhecidas, principalmente por suas taxas de juros mais baixas. Sua característica principal é o desconto das parcelas feito diretamente na folha de pagamento ou no benefício.
Para te ajudar, vamos te mostrar todos os detalhes que você precisa saber antes de contratar. Você vai entender desde quem pode solicitar e como seu limite é calculado até as principais vantagens.
O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito em que o pagamento das parcelas é descontado automaticamente, antes mesmo do dinheiro cair na sua conta.
A cobrança é feita diretamente na folha de pagamento, no caso de trabalhadores assalariados, ou no benefício, como aposentadoria e pensão.
Essa forma de pagamento funciona como uma garantia para a instituição financeira que concede o crédito.
O funcionamento do empréstimo consignado segue um processo bem estruturado, que conecta você, a instituição financeira e a sua fonte pagadora (seja a empresa onde trabalha ou o órgão de previdência).
O primeiro passo é sempre a simulação, onde você verifica as condições oferecidas.Após escolher uma proposta, a etapa seguinte é a análise de crédito.
Nesse momento, a instituição verifica a sua margem consignável, que é o percentual máximo da sua renda que pode ser comprometido com as parcelas do empréstimo.
Com o crédito aprovado e a margem confirmada, acontece a etapa mais importante: a averbação. Esse é o nome do processo que formaliza o empréstimo, ou seja, é o registro que autoriza o desconto automático das parcelas.
Uma vez que o contrato é averbado, o valor solicitado é liberado na sua conta. A partir daí, você não precisa se preocupar com boletos ou datas de vencimento, já que os descontos são feitos diretamente.
Por ser uma operação de baixo risco, as taxas costumam ser muito menores do que as de outras modalidades, como o empréstimo pessoal.
Para proteger os consumidores e garantir condições justas, o governo estabelece um teto para os juros que podem ser cobrados de alguns públicos.
Conforme a última decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), para aposentados e pensionistas do INSS, o limite atual é de 1,85% ao mês para o empréstimo consignado.
É fundamental entender, no entanto, que esse valor é um teto, não uma taxa fixa. As instituições financeiras têm liberdade para competir e oferecer juros menores que o limite máximo.
Não existe um valor máximo fixo para um empréstimo consignado, como um limite de R$ 10 mil ou R$ 50 mil, por exemplo.
O montante que cada pessoa pode solicitar é individual e calculado com base na sua renda mensal.
O que define esse limite é a chamada margem consignável. A margem consignável é o percentual máximo do seu salário ou benefício que, por lei, pode ser comprometido com o pagamento de parcelas de empréstimos.
Atualmente, a margem total é de 45%, dividida da seguinte forma:
Apesar das condições atrativas, o empréstimo consignado é uma dívida de longo prazo e deve ser contratado de forma consciente e planejada.
Ele é uma ferramenta poderosa quando usado para resolver problemas ou alcançar objetivos importantes, não para gastos impulsivos.
Veja algumas situações em que essa modalidade de crédito pode valer muito a pena:
Sim, ele sempre é descontado de forma direta. Essa é justamente a característica central que define o empréstimo consignado e o diferencia de todas as outras modalidades de crédito disponíveis no mercado.
Isso significa que, antes mesmo de você receber o seu pagamento, a empresa ou o órgão público responsável (como o INSS) já separa o valor da parcela e o repassa para a instituição financeira.
O dinheiro que cai na sua conta já vem com esse valor deduzido.
É exatamente esse mecanismo de cobrança automática que faz toda a diferença. Por eliminar a necessidade de boletos e o risco de esquecimento, ele funciona como a principal garantia da operação.
A portabilidade do empréstimo consignado é o seu direito de transferir uma dívida de uma instituição financeira para outra que ofereça condições melhores.
Pense nisso como trocar de operadora de celular: você mantém sua linha (a dívida), mas passa a ter um plano mais vantajoso (com juros menores).
Esse é um direito garantido a todos os consumidores pelo Banco Central. O principal objetivo da portabilidade é reduzir o custo do seu crédito.
Ao encontrar uma instituição que pratica uma taxa de juros mais baixa, você pode transferir seu contrato para ela e, com isso, diminuir o valor da sua parcela mensal ou o saldo devedor total.
O processo é mais simples do que parece. Basicamente, a nova instituição que você escolheu quita sua dívida com a instituição original.
A partir desse momento, seu empréstimo consignado passa a ser com a nova empresa, já com o contrato atualizado para as novas e mais favoráveis condições que você negociou.
Sim, como toda decisão financeira, o empréstimo consignado também tem pontos que exigem atenção e que podem se tornar desvantagens se não forem bem avaliados.
Conhecer o outro lado da moeda é fundamental para fazer uma escolha consciente. Veja os principais pontos de atenção antes de contratar:
Essa é uma dúvida muito comum e importante para quem é trabalhador do setor privado (CLT).
Ao perder o emprego, o vínculo que permitia o desconto em folha deixa de existir, e a primeira consequência é que a parcela do seu empréstimo consignado não será mais descontada automaticamente.
No entanto, a dívida não desaparece. O que acontece a seguir geralmente segue duas etapas:
Primeiro, a maioria dos contratos de consignado para trabalhadores CLT possui uma cláusula que autoriza o uso de parte das verbas rescisórias (como multa de FGTS e férias vencidas) para abater o saldo devedor.
A lei permite que até 35% desses valores sejam usados para esse fim, o que pode ajudar a diminuir consideravelmente ou até quitar a dívida.
Se mesmo após o uso desses valores ainda restar um saldo devedor, o seu contrato passa por uma mudança. Ele deixa de ser um empréstimo consignado e é convertido em um empréstimo pessoal comum.
Com isso, as condições mudam: a forma de pagamento passa a ser boleto e, principalmente, a taxa de juros pode ser recalculada para um valor mais alto, já que a garantia do desconto em folha não existe mais.