Aprenda os riscos de ter uma dívida no seu cartão e se ela caduca ou não.
Controlar a fatura do cartão de crédito nem sempre é fácil, e quando os pagamentos atrasam, a dívida pode crescer rápido. Com juros altos e outras cobranças, o valor original se transforma em um problema difícil de resolver. Agora, você vai entender como a dívida do cartão de crédito funciona, o que acontece quando ela não é paga, e quais são as alternativas para negociar, evitar restrições no nome e recuperar o controle das finanças.
A dívida do cartão de crédito acontece quando a fatura do mês não é paga por completo. Em vez de quitar o valor total, a pessoa paga apenas uma parte e o restante vira uma dívida, que começa a acumular juros e encargos. Essa dívida pode crescer rápido, principalmente por causa do chamado crédito rotativo.
O crédito rotativo é o valor que fica em aberto quando você paga menos do que o total da fatura. Ele é uma das formas mais caras de crédito no Brasil, com juros que chegaram a 450,5% ao ano em dezembro de 2024, segundo o Banco Central.
Ou seja, se a fatura não for quitada logo, a dívida do cartão de crédito pode dobrar ou até triplicar em pouco tempo.
Outro ponto importante é o parcelamento da fatura. Quando o valor total é dividido em várias parcelas, isso também gera uma dívida, pois o consumidor passa a ter um compromisso fixo mensal com juros embutidos.
Além disso, encargos como multa por atraso e juros moratórios são cobrados quando o pagamento não é feito até a data de vencimento. Isso tudo se soma ao valor original, aumentando ainda mais o saldo devedor.
Quando a dívida do cartão de crédito não é paga, os juros começam a se acumular rapidamente. Com isso, a dívida cresce mês após mês e pode fugir do controle em pouco tempo.
Além dos juros, também são aplicadas multas por atraso e encargos diários. Com o passar dos dias, o valor total devido pode aumentar bastante, mesmo que o saldo inicial não fosse tão alto.
Outro ponto importante é o impacto no seu nome. Após alguns dias de atraso, o CPF pode ser incluído em cadastros de inadimplentes como SPC ou Serasa. Em janeiro de 2025, o Brasil registrou 74,6 milhões de pessoas inadimplentes, de acordo com a Serasa.
Isso faz com que o score de crédito caia e dificulta a aprovação para novos financiamentos, crediários e até aluguel de imóveis.
Com o nome negativado, o próprio limite do cartão pode ser reduzido ou bloqueado. Em alguns casos, a operadora cancela o cartão. Além disso, a dívida pode ser encaminhada para empresas de cobrança, que fazem contato constante por telefone ou mensagem. Se a inadimplência continuar por muito tempo, a empresa pode até entrar com uma ação judicial para tentar recuperar o valor.
Negociar uma dívida de cartão de crédito é uma forma de evitar que os juros continuem se acumulando e de retomar o controle financeiro. O primeiro passo é saber exatamente quanto está devendo, considerando o valor original da fatura, os juros, multas e encargos.
Com essas informações em mãos, é possível buscar uma negociação pelos canais da operadora do cartão, como o site, aplicativo ou atendimento telefônico. Também existem plataformas especializadas, como o Serasa Limpa Nome, que reúnem propostas de acordo de diversas instituições.
As opções mais comuns envolvem parcelamento do valor com redução de juros ou desconto para pagamento à vista. Antes de aceitar uma proposta, vale analisar se as parcelas cabem no orçamento e se o novo prazo é viável.
Além disso, é importante acompanhar ações como feirões de renegociação, que podem oferecer condições mais vantajosas por tempo limitado. Caso não consiga um acordo direto, o consumidor pode procurar ajuda em órgãos de defesa como o Procon.
Sim, a dívida do cartão de crédito pode caducar depois de um certo tempo, mas isso não significa que ela desaparece. Após cinco anos sem pagamento, o nome do consumidor deve ser retirado dos cadastros de inadimplentes, como SPC e Serasa.
Esse prazo é previsto pelo Código de Defesa do Consumidor.
Mesmo assim, a dívida continua existindo. A empresa ainda pode tentar cobrar o valor de forma extrajudicial, mesmo depois desse período. O que não pode mais acontecer, em regra, é a cobrança na Justiça ou a manutenção do CPF negativado por mais de cinco anos, se nenhuma ação judicial for iniciada nesse tempo.
É importante entender que esperar a dívida caducar pode causar outros problemas. O score de crédito continua baixo durante o período de negativação, o acesso a serviços financeiros fica mais difícil e a situação pode se agravar com os juros acumulados.
Conseguir um novo cartão de crédito enquanto há uma dívida em aberto pode ser mais difícil, mas não é impossível. A aprovação depende da política de cada instituição e da análise do perfil financeiro do solicitante.
Se a dívida estiver negativada, ou seja, registrada em órgãos de proteção ao crédito, as chances de aprovação caem bastante. Mesmo que o nome ainda não tenha sido negativado, o histórico de atraso e o score baixo também influenciam na decisão.
Em alguns casos, pode ser possível conseguir um cartão com aprovação facilitada, como os modelos pré-pagos ou com garantia. Eles funcionam de forma diferente, exigem recarga antecipada ou depósito como forma de limite e não passam por análise de crédito tradicional.
Em 2024, os cartões pré-pagos mostraram um crescimento expressivo de 18,1%, alcançando R$ 379,4 bilhões, segundo a Abecs.
Se a dívida do cartão de crédito está fora do controle e o pagamento não cabe no orçamento, o mais importante é agir rápido para evitar que o problema cresça. Veja algumas medidas que podem ajudar nesse momento.
Faça um levantamento de todas as despesas mensais e veja o que pode ser cortado ou reduzido. Priorize moradia, alimentação, contas básicas e saúde. Ajustar o orçamento é o primeiro passo para criar espaço para uma possível negociação.
Entre em contato com a empresa do cartão e explique sua situação. Mesmo sem dinheiro disponível no momento, é possível conseguir propostas com prazos maiores, parcelas menores ou até descontos, dependendo do caso.
Enquanto a dívida atual não for resolvida, é importante não usar o limite do cartão e nem recorrer a outros tipos de crédito. Assumir novas parcelas pode piorar ainda mais a situação financeira.
Algumas instituições e plataformas oferecem apoio para quem está com dificuldades. Ter ajuda para entender melhor o orçamento e planejar os próximos passos pode fazer diferença.
Momentos de aperto financeiro exigem cuidado. Evite soluções rápidas que prometem “limpar o nome na hora” ou acordos pouco claros. Priorize opções confiáveis e bem planejadas.