Saiba quanto você paga e como evitar surpresas na fatura
Mesmo sendo uma ferramenta prática no dia a dia, o cartão pode trazer custos altos quando o pagamento da fatura atrasa ou não é feito por completo. Por isso, entender como funcionam os juros do cartão de crédito é essencial para quem quer evitar dívidas inesperadas.
Agora, você vai ver quais são os tipos de juros, quando eles começam a ser cobrados, como consultar e o que fazer caso identifique cobranças abusivas, de forma simples e direta.
De forma simples, os juros do cartão de crédito são as taxas cobradas em algumas situações, como por exemplo, quando a fatura não é paga dentro do prazo de vencimento.
Em outras palavras, sempre que alguém paga apenas o valor mínimo da fatura ou atrasa o pagamento, o banco emissor aplica uma taxa de juros sobre o valor que ficou em aberto.
Esses juros fazem parte do chamado “rotativo do cartão”, uma das modalidades de crédito com as taxas mais altas do mercado, com taxas que podem chegar a mais de 430% ao ano.
Na prática, isso significa que o valor da fatura vai aumentando com o passar dos dias, já que os juros vão sendo somados continuamente. É como se fosse um aluguel pelo dinheiro que foi usado e ainda não foi devolvido.
Os juros do cartão de crédito variam de acordo com a situação em que o valor da fatura não é pago totalmente. Existem três tipos principais que costumam aparecer nessas situações: os juros do rotativo e os juros do parcelamento da fatura.
O rotativo do cartão de crédito entra em cena quando a pessoa paga apenas o valor mínimo da fatura ou atrasa o pagamento. Nesse caso, os juros são aplicados sobre o valor restante e costumam ser os mais altos entre as linhas de crédito.
Em média, essa taxa pode passar de 10% ao mês. Um exemplo: se a fatura for de R$ 1.000 e a pessoa pagar só R$ 100, os R$ 900 restantes podem gerar quase R$ 90 de juros no mês seguinte, sem contar os encargos.
Já o parcelamento da fatura acontece quando o cliente prefere dividir o valor total em várias vezes. Embora os juros aqui sejam um pouco menores do que no rotativo, eles ainda podem pesar no bolso.
A taxa costuma girar entre 5% e 8% ao mês, dependendo do caso. Se alguém parcelar R$ 1.200 em 6 vezes, com juros de 6% ao mês, pode acabar pagando algo em torno de R$ 1.500 ao final.
Para finalizar, também existe o juros por atraso, que é cobrado quando a fatura não é paga até o vencimento. Além dos juros, geralmente tem uma multa de até 2% sobre o valor total e encargos diários que vão se acumulando enquanto o pagamento estiver em aberto.
Para saber exatamente quais são os juros do cartão de crédito aplicados no seu caso, o mais indicado é acessar o aplicativo do seu banco e procurar a área dedicada ao cartão.
Nessa seção, normalmente estão disponíveis as taxas cobradas em caso de atraso, pagamento parcial da fatura e parcelamento, incluindo a taxa do rotativo, os encargos por atraso e a multa.
A própria fatura também costuma trazer essas informações de forma detalhada, com destaque para o Custo Efetivo Total (CET) das operações e os juros aplicados ao mês.
Os juros do cartão de crédito começam a ser cobrados logo após o vencimento da fatura, se o pagamento não for feito de forma integral. Não existe um “período de carência” depois do vencimento, o cálculo dos juros já considera o dia seguinte como o início do atraso.
Isso vale tanto para quem atrasa o pagamento total da fatura quanto para quem paga só o valor mínimo. Esses juros, de acordo com dados do Banco Centra em janeiro de 2025 ficaram em 409,7% ao ano, o que equivale a mais de 13% ao mês em muitos casos.
Ou seja, mesmo que o atraso dure poucos dias, o valor final da dívida já pode subir bastante. Por isso, é importante ficar atento à data de vencimento e, sempre que possível, pagar a fatura completa dentro do prazo.
Para quem não consegue quitar o valor total, uma alternativa é avaliar o parcelamento da fatura. Com ele, embora também existam juros, as taxas normalmente são menores e prazos mais previsíveis.
Os juros abusivos no cartão de crédito acontecem quando a taxa cobrada ultrapassa um limite considerado razoável ou legal pelas normas do sistema financeiro.
Na prática, isso significa que a instituição está aplicando um valor muito acima da média do mercado, sem justificativa adequada e sem informar claramente o cliente sobre os custos.
Atualmente, não existe um teto fixo para os juros do cartão, mas desde 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um limite importante: as dívidas no rotativo não podem ultrapassar o dobro do valor original da fatura.
Ou seja, se uma pessoa deixar de pagar R$ 1.000, o valor final da dívida, com juros e encargos, não pode passar de R$ 2.000.
Quando existe uma suspeita de juros abusivos no cartão de crédito, o ideal é reunir todos os dados da fatura e conferir com atenção se as taxas aplicadas estão dentro dos limites definidos pelas normas vigentes.
Se você perceber que esse limite foi excedido ou que há cobranças pouco claras, o primeiro passo é entrar em contato com a central de atendimento do emissor e solicitar uma explicação detalhada.
Caso a resposta não seja satisfatória, é possível registrar uma reclamação nos canais oficiais, como o Banco Central, o Procon ou a plataforma Consumidor.gov.br.
Agir rápido pode evitar que a dívida aumente ainda mais e ajuda a garantir que seus direitos como consumidor sejam respeitados.
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